Vale do Jiquiriça

Breve Análise - Características do Vale.
A região da Bacia do Jiquiriçá localiza-se a cerca de 150 km a oeste de Salvador. Além da agricultura, sua principal base econômica, o turismo tem se revelado uma importante alternativa de geração de renda para os municípios dessa Zona Turística, onde a presença de cachoeiras, rios, morros, flora e fauna exuberantes vem despertando o interesse de inúmeros visitantes, desde os que buscam contato com a natureza àqueles que se voltam para a prática de esportes radicais e de aventura, como cavalgadas, trekking, canoagem e pesca. O patrimônio histórico/cultural da região também é rico e diverso e o seu artesanato feito com esmero, tudo isso conformando uma oferta turística capaz de atrair fluxos regionais interessados em interagir com a natureza e a cultura local.
      A exemplo do que ocorre em outras regiões baianas, onde o turismo rural encontra ambiente sociocultural bastante favorável à sua expansão, especialmente naquelas propriedades onde os recursos naturais - como matas nativas, nascentes e rios – se mantêm preservados, no Vale do Jiquiriçá ainda podem ser encontradas fazendas que conservam traços marcantes de uma época em que a economia agrária era predominante na estrutura produtiva do Estado. Essa modalidade de turismo constitui uma importante alternativa de fonte de renda para o produtor rural. 
      Ao todo são 25 Municípios: Amargosa, Brejões, Cravolândia, Elísio Medrado, Iaçu, Irajuba, Itaquara, Itatim, Itiruçu, Jaguaquara, Jaguaripe, Jiquiriçá, Lafaiete Coutinho, Lage, Lagedo do Tabocal, Maracás, Milagres, Mutuípe, Nova Itarana, Planaltino, Santa Inês, Santa Terezinha, São Miguel das Matas, Ubaíra e Valença.
Aspectos do meio ambiente natural

O rio Jiquiriçá, com apenas 275km de extensão, tem importante significado para sua região, constituindo-se ainda hoje no seu principal elo cultural e de desenvolvimento econômico. No passado, foi às suas margens que os tropeiros formaram os primeiros povoados, correspondendo aos centros urbanos de hoje. No plano simbólico, o rio sempre foi um forte elemento de referência para as populações que foram para lá atraídas por suas riquezas naturais e pela fertilidade de seu solo.
A bacia ocupa quatro regiões fitogeográficas distintas, apresentando variações climáticas extremas para um espaço físico-territorial tão curto. As formações vegetais pioneiras do litoral, com o clima ameno de suas baixadas, passando pelas áreas intermediárias de floresta ombrófila e floresta estacional, outrora com ocorrências bastantes fechadas e hoje totalmente descaracterizadas pelos constantes desmatamentos, se contrapõem à caatinga do Alto Jiquiriçá, onde os rigores do semi-árido mostram um sertão castigado pelas estiagens, em altitudes que atingem até 1.000 metros.
A paisagem resultante destas diferenças fitoclimáticas e de relevo apresenta-se bastante diversificada, seja a natural ou a modificada pela ação humana que hoje é predominante. A exuberância das praias de Jaguaripe e Valença, complementada pelas culturas de dendê e coco-da-bahia, contrasta com a rica paisagem do vale e, mais ainda, com as áreas do semi-árido, onde se destacam as formações rochosas dos Municípios que mais se aproximam da Chapada Diamantina. Esta variedade se reflete na organização de sua vida social e econômica, resultando numa imensa pluralidade cultual. 

Aspectos de qualidade ambiental

A Bacia do rio Jiquiriçá vem sofrendo impactos ambientais de grande magnitude, sobre o solo, a vegetação, a fauna e os recursos hídricos. Suas águas, outrora abundantes, parecem desaparecer a cada dia, deixando a região mais seca e menos exuberante.
Pode-se considerar que seu quadro ambiental se caracteriza por um desgaste crescente dos recursos naturais, com a conseqüente deterioração de seus ecossistemas, decorrente de:
  • ·         utilização de processos agropecuários inadequados;
  • ·         desmatamentos, com perda de biodiversidade;
  • ·         processo adiantado de erosão e perda de solos;
  • ·         reduzida disponibilidade de informação sobre o uso da água;
  • ·         instabilidade e desequilíbrio na regulação do balanço hídrico;
  • ·         economia extrativista;
  • ·         ausência de planejamento urbano e municipal;
  • ·         falta de infra-estrutura nos assentamentos urbanos;
  • ·         fragmentação da Administração Pública.

 
 

Turma de Geografia IF Baiano Campus Santa Inês

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